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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Estética

Para Platão o belo estava no plano do ideal, era colocado por ele como absoluto e eterno, não dependia dos objetos, era a ideia da perfeição.

Para Kant o senso de estética vinha do sentimento e funcionava no ser humano como intermediário entre a razão e o intelecto. A beleza dependeria do prazer apreendido.

Para Hegel, o belo era algo espiritual, ele o colocava na categoria de conceito, sem uma realidade física, dependendo da imaginação do sujeito.

De acordo com Viviane Mosé antes de ler e escrever a cultura deveria ensinar o gosto estético, que é identificar nos objetos e na natureza contornos equilibrados. Para ela só consegue ver a beleza aquele que construiu sua capacidade estética.

Assim, estética pode ser um gosto apreendido ou aprendido diante de uma ação ou visão do sujeito. Só a beleza pode proporcionar prazeres imerecidos.
Mas vocês estão com certeza se perguntando o porquê deste assunto. Explico:
tudo aconteceu enquanto lia o capítulo treze do livro "A elegância do ouriço".

Uma personagem, do mesmo, descreve um filme japonês no qual os protagonistas se enlevam com belezas simples tais como: uma camélia sobre o musgo no templo, uma xícara de porcelana azul, a cor violeta dos montes de Kioto...


Porém, o que mais me marcou foi uma frase do filme: "A verdadeira novidade é aquilo que não envelhece através do tempo". E a autora continua perguntando se não é essa eclosão de beleza pura no centro das paixões efêmeras que nós todos aspiramos e que, nós, Civilizações Ocidentais, não sabemos alcançar : a contemplação da eternidade do próprio movimento da vida.

Neste momento fiquei pensando no que seria uma beleza imutável e me veio à cabeça o vôo alegre do beija-flor, a leveza da borboleta colorida entremeando as flores, uma lágrima sorriso, no enigma da Monaliza.

Assim, senso estético é senso de perspectiva; se você olha, aprecia, está sempre no presente, é o gosto da vida : ver vai depender da sua capacidade de sentir, de participar.

Termino com Viviane* quando diz que a estética da existência é fazer da nossa vida uma obra de arte.

*Viviane Mosé é psicanalista e doutora em filosofia.

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