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domingo, 21 de março de 2010

Deus

Depois de ficar dez anos na montanha solitário, Zaratustra (personagem de Nietzche) volta ao convívio dos homens. Quem ele primeiro encontra é um velho que já habitava a floresta quando ele subiu o monte. Este repara que Zaratustra já não era o mesmo homem que subiu para o retirar-se do mundo. Ele falou:

"Naquele tempo levavas a tua cinza para o monte; queres, hoje, trazer o fogo para o vale?"

Zaratustra respondeu: " Amo os homens. Trago aos homens um presente. E o que faz o santo na floresta?"

O velho respondeu: "Faço canções e as canto; e assim louvo Deus."

Zaratustra despediu-se e quando ficou só falou a seu próprio coração: "Será possível? Este velho santo, em sua floresta, ainda não soube que Deus está morto?"
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Ao chegar à cidade mais próxima, encontrou Zaratustra grande quantidade de povo reunido na praça do mercado; e Zaratustra assim falou ao povo: "Eu vos ensino o super-homem. O homem é algo que deve ser superado."
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Nestes fragmentos de Nietzche, encontramos três idéias a serem elaboradas:

Primero momento; a solidão faz com que o homem (Zaratustra) se encontre e veja a realidade de maneira diferente, crie novas teorias, enxergue ao mundo e a si próprio de uma maneira diversa da estabelecida.

Segundo momento; Nietzche mata Deus.

Terceiro; "presenteia" a humanidade com o super-homem.
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Sobre a morte de Deus, podemos concluir que Ele existe. Ninguém mata nem nega o que não existe. Vejamos o que nos diz o padre e filósofo Inácio Larrañaga a respeito da existência de Deus.
Conta ele que um grupo de pessoas foi dormir. Após uma boa noite de sono, ao sairem de casa, no dia seguinte, comentaram que vários cavalos haviam passado por ali enquanto dormiam. Como poderiam saber? Pelos vestígios de suas ferraduras. Estas tinham deixado suas marcas no solo . Era incontestável, cavalos haviam passado por alí enquanto dormiam.
Assim, olhando para o céu, os mares, os montes e toda a criação, para o movimento sincopado do mundo, quando os dias, as noites, o entardecer, e o amanhecer se sucedem sem cessar, é indubitável, Ele existe.
Quanto ao super-homem, Nietzsche precisa que não acreditemos que existe uma outra vida melhor, que a morte é o fim de nossa existência, para que possamos viver esta vida, aqui e agora, com toda a nossa potência e em perfeita plenitude. Para isso ele mata a "idéia" de Deus, de sua infinitude.
Mas, afinal, o super-homem existe?
Para mim, ele está dentro de nós em todos os momentos em que superamos a nós mesmos, nossas dificuldades. Que conseguimos ir além do humanamente possível.

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