Quando me atrevi a escrever sobre rotina, a opinar sobre o assunto, tentei ler sobre e, por incrível que pareça não encontrei, nas fontes pesquisadas, opiniões similares as minhas. Com certeza deve ter.
Tudo o que achei salientava as desvantagens da rotina.
Eu achava, quando criança, o ter que fazer hoje ou agora um ''espanto'' . `As segundas de manhã minha tia Estela, aposentada, que morava só, livre de tudo, "tinha" que botar a roupa na máquina para lavar de manhã. Minha mãe,"tinha " que ir "agora" à cidade comprar um par de meias que iria usar um dia.
Hoje, conheço uma jovem que ''pira'' se entrar de férias.
Há também o marido de uma amiga que, ao se aposentar de uma estatal, não concordou com o dia a dia da casa, resolveu se separar e nunca mais ver a família. Ele achava que fora enganado durante todo o tempo em que esteve fora trabalhando: "surtou"! O filho não estudava o suficiente, para ele, a empregada era fraca, para ele. A mulher que também trabalhava fora, não fazia o suficiente, para ele. Neste caso, este homem que largou tudo e saiu sem deixar paradeiro, que disse que fechava a vida em família como se fecha um livro, ficou doido ou apenas sofreu de "falta de rotina"?
A menina que não pode entrar de férias, pode também sofrer de "falta de rotina"?
Como diria Chico Buarque na música: "sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão, ou o homem tem mesmo que compartimentar para se situar no interminável contínuo que é o tempo ...
Na verdade, a linearidade do tempo deve te-lo mesmo confundido tanto que ele o dividiu em dias, meses, anos, horas, minutos, segundos, etc...
Até que ponto, então, a rotina, uma rotina saudável, não se torna um elemento necessário à vida?
Fazia parte da vida da tia Estela lavar roupa nas segundas de manhã, era a vida dela.
Quem sabe se para os tristes e deprimidos, a criação de uma rotina não pode em parte, nem que seja numa pequenina parte, solucionar seus problemas?
Lógico que há vários tipos de depressão : as endógenas - orgânicas- e as exôgenas- causadas por fatores externos como uma morte na família, a perda de um emprego... Qualquer uma das duas maltrata, faz sofrer e deve ser encaminhada a um profissional adequado no assunto.
Mas, de acordo com pesquisas executadas por mim, sofrem menos aqueles que "não podem deixar " de fazer alguma coisa.
PENSE NO ASSUNTO
quarta-feira, 17 de março de 2010
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Acho que você tem razão. O homem necessita da rotina.A grande maioria não pode viver sem ela. Não é à-toa que a esmagadora maioria das pessoas quer um emprego. O que pode ser mais "rotina" do que um emprego? Nada. Um emprego é a própria rotina. O mundo não seria o que é se não tivesse uma maioria enquadrada na rotina e uma minoria libertaria para criar as rotinas.
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