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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Religião X Escola

É um absurdo ensinar Religião nas Escolas.
'A escola é um espaço público. Quem representa o Estado tem a obrigação de ser neutro'. Eu questiono a governadora Rosinha, que determinou o ensino de religião nas escolas públicas, indo contra a Constituição Federal, enquanto faltam professores de Matemática e Português. A religião pertence ao espaço privado, a escola pública deve ensinar cidadania e respeito às leis.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Brasil,o paraiso é aqui

Primeiro, é necessário pontificar o que é paraíso. É o céu? Aquele lugar cheio de anjos, todo azul, cheio de nuvens, paz e felicidade eterna?
Se for assim, ele não é aqui, nem em lugar nenhum do planeta Terra.
Mas, se paraíso estiver no coração, se ele for uma identidade, uma maneira de viver, uma vida, história, orgulho, ele é aqui.

A gente nasceu nesta Terra, cheia de pássaros, vegetação abundante. “A terra é bela e fértil, é uma terra onde tudo dá...” disse Caminha.
É verdade, dá até brasileiro. Nós damos aqui. Nossa semente foi plantada pelos índios. Éramos índios a princípio. Os portugueses vieram, “transaram” com as índias e surgiram os mamelucos, eles trouxeram os negros: nasceram os mulatos. Os negros se misturaram com os índios surgiram os cafuzos...

A partir daí, outras raças apareceram e todas as cores foram se misturando. Quando giramos a cartela de cores a mistura de tudo, deu o “branco” brasileiro.

Só que este “branco” colorido tem também uma alma polivalente e foi com esta alma que nós construímos a nossa identidade cultural. E, com certeza, o paraíso é onde mora nossa alma.
Se um brasileiro mora em Nova Iorque ou Paris e continua correndo atrás de farofa, tem saudades de nosso canto, se tem “banzo”, com certeza, está fora.

O Saci Pererê, as cantigas de roda, o Bumba meu Boi, as brincadeiras de pique. O seu quintal é sua casa, é o lugar onde você não é turista, onde não deveria nem ter carteira de identidade.

Hoje, segundo os portugueses, nós falamos “brasileiro.” Isto me lembrou uma estória que me contaram sobre uma vietnamita que foi aos dez anos para os Estados Unidos, depois mudou-se para a Espanha, para a França e no final, aos 23 anos não possuía nenhuma identidade cultural.Nunca havia pensado nesta hipótese. De não pertencer a lugar nenhum. Não ter uma história além da minha própria: não ter família, nem nação, nem idioma.


Que pesadelo! Graças a Deus falo brasileiro, minhas terras vão do Oiapoque ao Chuí. Meu país tem água, floresta, é imenso. Se quiser ser mais índia rumo para o norte, mais alemã, vou para o sul, se desejar acarajé, vou à Bahia. E, se quiser ter uma emoção maior ainda, posso ir a Quinta ou ao Museu de Petrópolis andar pelo jardim e pensar: nossa! Pedrinho o primeiro imperador do Brasil já andou aqui... É, Brasil! Meu paraíso é aqui...

terça-feira, 27 de abril de 2010

O que é arte

O que é a arte?
A arte, a tão falada arte, é aquilo que salva o homem de si mesmo, curando-o do sofrimento ao canalizar seus excessos...
Arte é exercer meu eu por inteiro, sem submissão, a partir de percepções, emoções e idéias.
No século V os gregos viam a arte como sendo um meio para realizar determinadas obras; estas poderiam ser tanto esculturas quanto pinturas, indumentárias , navios.
Este conceito grego, na verdade, é bastante atual. É arte, hoje, tudo o que em sua realização tiver emoção, imaginação e vontade.
Ainda que este possa ser considerado um conceito muito abrangente por aqueles que admiram os grandes pintores, escultores, a arte de um confeiteiro pode estar no mesmo plano que as anteriores, desde que a percepção a razão e a emoção estejam presentes.
Para Schiller, comenta Viviane, só há ser humano com o desenvolvimento da arte. Ela é capaz de curar a depressão porque permite satisfazer parte do instinto seduzindo-o ao nosso favor. Ela continua, dizendo que o que a cultura tem que ensinar antes de ler e escrever, é o gosto estético.
Isto me lembra uma amiga que tinha uma loja muito bem arrumada com vitrines idealizadas com grande criatividade e senso estético.
Todos os dias o limpador do chão do shopping passava e elogiava os produtos e sua disposição harmônica. Ela se envaidecia com aquilo, mas, sua maior emoção foi ,quando, num sábado, o faxineiro apareceram, com a mulher e a filha, todos em trajes de gala e pediu a ela permissão -imagine- para entrar e mostrar a loja à família. Ninguém que fosse capaz de comprar todos os seus artigos teria sido capaz de fazê-la tão feliz como eles a fizeram. Ela ficou deveras comovida e me confessou que este foi seu melhor momento enquanto dona de loja. Era algo que não tinha preço. Era uma visão de arte que não gerava uma apreciação somente dos ricos, mas que, em sua sutileza, havia sensibilizado pessoas de pouca cultura e havia-nas-nas levado mesmo a se expressar o que se podia notar, claramente, por seu respeito no trajar e pela madeira sensível de admirar a mercadoria exposta, esta , provavelmente ,algo incomum dentro de seu universo.
No caso acima, a beleza foi uma percepção individual, caracterizada pelo que era agradável aos sentidos. E o prazer é a ligação principal que Kant faz com o belo, com a arte. Segundo ele, este, por ser subjetivo, não está conectado com a realidade.
O texto termina perguntando ao meu amigo Sherlock Holmes, qual a frase que ele usaria para terminar este pequeno apanhado sobre a arte. Ele me olha de banda, consulta Watson e responde:
_A frase da Viviane que diz que só a arte proporciona prazeres que não precisam ser merecidos.

A arte

Gente analisada é assim: muito boazinha antes do tratamento. Cordata, simpática, tudo de bom, um amor.
Começa a terapia, vai evoluindo e pronto, se “coloca”.
Se colocar, para quem não sabe, é botar para fora, sem dó nem piedade, seu lado negro.
Tudo passa a ser dito sem censura.
A primeira a pagar é a pobre da mãe. Esta passa a ser a culpada de tudo. De tudo que deu errado, diga-se de passagem.
E agora comigo tudo mudou, sou outra pessoa, diz a analisada: ele, ela , todo mundo vai ouvir o que tenho a dizer, não guardo mais, só faço o que quero, doa a quem doer. E por aí vai ela, esbravejando...
Os que estão em volta se possível se afastam. Maridos se separam, amigos brigam, e aqueles que não têm outro jeito, aturam.
Tudo parece sem solução, pois, no mundo atual, o importante é ser feliz . Afinal, como ter problemas num mundo tão perfeito! Num tempo tão irreal que chega a querer fazer do trabalho um lazer e, do lazer, um dever...
Foi, nesta encruzilhada, que ouvi da Viviane, a filósofa, na sala de aula, numa das terças à tarde onde nos conta tudo sobre o sofrimento, o trágico, o inevitável, os segredos de seu amigo Schiller, no que se refere aos cuidados de si.
Para cuidar de si, disse ela, você tem que ter um interior transbordante e um exterior limitado, tem que ser educado, delicado com os que o cercam.
Mas e agora, onde fica o analisado? O que vai fazer com sua sombra, com seu excesso que não pode mais ser derramado?... Como ele fica?...Onde fica?... Para que lugar vai aquele entulho trágico que o sufoca. Ele, agora, de novo, tão delicado...
Mas que é isso, falou Nietzsche, pulando de dentro do Zaratustra que estava sobre a mesa . Não vos fazeis de delicados, pois não passais de bestas de carga.
O analisado, catatônico, olha para Viviane que invoca os sábios.
Nietzsche fita Schiller já presente, que chama o detetive Sherlock Holmes para responder. Este aspira fumaça de seu cachimbo, dá três baforadas e fala após uma pausa e um pigarro.
_ Elementar, caros colegas, a saída para a angústia que fica presa no peito, para a depressão que nos paralisa , é uma só: a ARTE.

Ser Feliz

Desde o século passado, com o advento da psicanálise, o homem vem tentando se aprimorar na arte de ter que ser feliz. Há, desde então, o “dever” de ser feliz. O sofrimento passou a ser considerado uma doença e não mais a ser visto com natural da vida humana.
• Nos primórdios da vida humana, antes dos gregos darem ao homem uma consciência ética e moral este, era mais instinto, tinha um lado humano menos elaborado, mais animalesco, tinha que lutar contra as forças externas da natureza para sobreviver. Era a violência do homem contra a da natureza e este canalizava nesta direção sua energia e seus sentimentos. Seu sofrimento era brutalizado na luta diária visando um bem maior, o da sobrevivência. Tudo se resumia em matar ou morrer. Agora o drama é conviver pacificamente com sua humanidade, num todo maior onde tem que ter compaixão, delicadeza e ética respirando felicidade.
Foi uma mudança brutal. O instinto e a humanidade e com ela o sofrimento, continuam a direcionar a vida humana.
O homem humanizado sente-se responsável pelo seu sofrer. Assim, ele quer deter o mal e desenvolver o bem. O livre arbítrio faz com que ele sinta que o sofrimento na terra tenha sempre um cunho de escolha pessoal.
Antigamente, ele buscava o sofrimento para se purificar. Hoje o abafa e só admite ser feliz.
Vejamos agora minha amiga Celeste que criou seus filhos, na década de oitenta, priorizando a felicidade. Estudavam normalmente, sem grandes pressões, viam televisão... Nas férias convidavam os amigos para brincar, estes podiam passar dias na sua casa, sem “stress”.
As contrariedades eram as normais, talvez num nível abaixo do necessário.
As crianças cresceram e, ao iniciarem a vida profissional, ficaram desorientadas,apesar de estarem bem preparados para as carreiras escolhidas.
Um deles sentou-se desolado junto da mãe em determinado dia e acusou-a de ser a responsável por sua atual infelicidade. Ele era da opinião de que deveria ter sofrido para poder agora estar mais forte para a convivência no trabalho no qual, apesar de seu bom desempenho profissional, não conseguia se adaptar ao tratamento recebido pelo chefe.
• Celeste ficou estarrecida... Pensou até que talvez devesse ter fabricado alguns problemas no passado, mas isto na verdade era insano.
As queixas continuavam até que ela sentou o rapaz na sua frente e falou:
__Tem alguma coisa que eu nunca falei para você. Uma verdade que nunca contei, mas que vou contar agora. A VIDA É UMA ‘DROGA’. Cheia de sofrimentos, de dor, de percalços. Vá se acostumando, é daí para pior.
Ele olhou para ela assustado, atônito, e não replicou.
Desde então, quando ele vinha se queixar ela lembrava a verdade. Você pode ate ter tido em uma época sua “Disneylândia”, mas a vida não é um parque de diversões.
Penso que é assim mesmo, muito difícil lidar com a vida.
Sempre houve ventos, tufões, ciclones, tempestades. As terras se acomodam depois dos terremotos. Estas forças criam vida. Após o caos tudo é renovado, surgem novas planícies, rios, vegetações... Não terá sido assim que desapareceram os dinossauros?
Novas forças existem e existirão sempre e o homem atual não quer aceitar com naturalidade as atuais metamorfoses. Estas geram desastres, mudanças, mortes, que vivenciamos com sofrimento. Antigamente, além de a natureza ser incontrolável, não havia uma ciência desenvolvida que fosse capaz de “prever” desastres ecológicos como é” possível “ hoje em dia.Mas também não sofríamos por antecipação por coisas que muitas vezes nem acontecem.
Queria terminar citando Nietzsche:
__Por variados caminhos e de várias maneiras cheguei à minha verdade.
E sempre e somente a contragosto perguntei pelos caminhos- isto sempre me repugnava! Preferia interrogar e experimentar os próprios caminhos.
Experimentar e interrogar consistiu nisso todo o meu caminhar.
Este agora é o meu caminho, onde está o vosso? Assim respondia eu aos que me perguntavam o caminho.
Porque o caminho, não existe.
Neste momento peço à minha amiga Celeste, que ficou tão abalada com as escolhas que fez ao caminhar com seus filhos, que leia e internalize se possível, as palavras de Nietzsche.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Estética

Para Platão o belo estava no plano do ideal, era colocado por ele como absoluto e eterno, não dependia dos objetos, era a ideia da perfeição.

Para Kant o senso de estética vinha do sentimento e funcionava no ser humano como intermediário entre a razão e o intelecto. A beleza dependeria do prazer apreendido.

Para Hegel, o belo era algo espiritual, ele o colocava na categoria de conceito, sem uma realidade física, dependendo da imaginação do sujeito.

De acordo com Viviane Mosé antes de ler e escrever a cultura deveria ensinar o gosto estético, que é identificar nos objetos e na natureza contornos equilibrados. Para ela só consegue ver a beleza aquele que construiu sua capacidade estética.

Assim, estética pode ser um gosto apreendido ou aprendido diante de uma ação ou visão do sujeito. Só a beleza pode proporcionar prazeres imerecidos.
Mas vocês estão com certeza se perguntando o porquê deste assunto. Explico:
tudo aconteceu enquanto lia o capítulo treze do livro "A elegância do ouriço".

Uma personagem, do mesmo, descreve um filme japonês no qual os protagonistas se enlevam com belezas simples tais como: uma camélia sobre o musgo no templo, uma xícara de porcelana azul, a cor violeta dos montes de Kioto...


Porém, o que mais me marcou foi uma frase do filme: "A verdadeira novidade é aquilo que não envelhece através do tempo". E a autora continua perguntando se não é essa eclosão de beleza pura no centro das paixões efêmeras que nós todos aspiramos e que, nós, Civilizações Ocidentais, não sabemos alcançar : a contemplação da eternidade do próprio movimento da vida.

Neste momento fiquei pensando no que seria uma beleza imutável e me veio à cabeça o vôo alegre do beija-flor, a leveza da borboleta colorida entremeando as flores, uma lágrima sorriso, no enigma da Monaliza.

Assim, senso estético é senso de perspectiva; se você olha, aprecia, está sempre no presente, é o gosto da vida : ver vai depender da sua capacidade de sentir, de participar.

Termino com Viviane* quando diz que a estética da existência é fazer da nossa vida uma obra de arte.

*Viviane Mosé é psicanalista e doutora em filosofia.

domingo, 21 de março de 2010

Deus

Depois de ficar dez anos na montanha solitário, Zaratustra (personagem de Nietzche) volta ao convívio dos homens. Quem ele primeiro encontra é um velho que já habitava a floresta quando ele subiu o monte. Este repara que Zaratustra já não era o mesmo homem que subiu para o retirar-se do mundo. Ele falou:

"Naquele tempo levavas a tua cinza para o monte; queres, hoje, trazer o fogo para o vale?"

Zaratustra respondeu: " Amo os homens. Trago aos homens um presente. E o que faz o santo na floresta?"

O velho respondeu: "Faço canções e as canto; e assim louvo Deus."

Zaratustra despediu-se e quando ficou só falou a seu próprio coração: "Será possível? Este velho santo, em sua floresta, ainda não soube que Deus está morto?"
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Ao chegar à cidade mais próxima, encontrou Zaratustra grande quantidade de povo reunido na praça do mercado; e Zaratustra assim falou ao povo: "Eu vos ensino o super-homem. O homem é algo que deve ser superado."
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Nestes fragmentos de Nietzche, encontramos três idéias a serem elaboradas:

Primero momento; a solidão faz com que o homem (Zaratustra) se encontre e veja a realidade de maneira diferente, crie novas teorias, enxergue ao mundo e a si próprio de uma maneira diversa da estabelecida.

Segundo momento; Nietzche mata Deus.

Terceiro; "presenteia" a humanidade com o super-homem.
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Sobre a morte de Deus, podemos concluir que Ele existe. Ninguém mata nem nega o que não existe. Vejamos o que nos diz o padre e filósofo Inácio Larrañaga a respeito da existência de Deus.
Conta ele que um grupo de pessoas foi dormir. Após uma boa noite de sono, ao sairem de casa, no dia seguinte, comentaram que vários cavalos haviam passado por ali enquanto dormiam. Como poderiam saber? Pelos vestígios de suas ferraduras. Estas tinham deixado suas marcas no solo . Era incontestável, cavalos haviam passado por alí enquanto dormiam.
Assim, olhando para o céu, os mares, os montes e toda a criação, para o movimento sincopado do mundo, quando os dias, as noites, o entardecer, e o amanhecer se sucedem sem cessar, é indubitável, Ele existe.
Quanto ao super-homem, Nietzsche precisa que não acreditemos que existe uma outra vida melhor, que a morte é o fim de nossa existência, para que possamos viver esta vida, aqui e agora, com toda a nossa potência e em perfeita plenitude. Para isso ele mata a "idéia" de Deus, de sua infinitude.
Mas, afinal, o super-homem existe?
Para mim, ele está dentro de nós em todos os momentos em que superamos a nós mesmos, nossas dificuldades. Que conseguimos ir além do humanamente possível.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Rotina II

Muitas pessoas comentaram o texto anterior sobre a rotina. Foram vários ângulos, diversos pontos de vista.
A maioria desejava sair da rotina. Isto porque, sair da rotina significava romper com a mesmice, se desvincular da repetição. Na maior parte das opiniões ela desgasta relações, prejudica a vida.
Considerando, entretanto, que a total falta de rotina constitue numa completa ausência de ação e que a rotina é uma ação, como se poderia "quebrar" uma rotina que não existe. (Pois, este, é o desejo da maioria das pessoas, "quebrar" a rotina.)
Consideremos, então, tres tipos de rotina: a social, a de sustentação e a sustentável.
A rotina social compreenderia os cuidados com a saúde e a beleza (aulas de ginástica, cabeleireiro, idas a restaurantes, shoppings, médicos, aulas interessantes, etc...)
Na rotina de sustentação podemos considerar as atividades remuneradas, necessárias ao sustento ou também as exercidas no lar como: cuidar da casa, dos filhos, etc...
A rotina sustentável seria exercida por quem faz algum trabalho voluntário que venha resultar no bem estar ou "crescimento" de pessoas necessitadas (estas não são remuneradas mas agregam valor àqueles que, de algum modo não são atendidos por quem de direito deveria fazê-lo: o Estado).
Na maior parte dos casos, no entanto, estas modalidades são misturadas, não existindo uma distinção clara entre as mesmas.
Para terminar, o ser humano para ter uma rotina "feliz", se é que isso é possível, deve passar a vida "equilibrado" num banquinho de quatro pés do qual poderíamos considerar: um pé para a família, o outro para o lazer, o próximo para o trabalho e no quarto estaria a fé.
Quando disse equilibrado, quiz dizer isso, no sentido literal da palavra. Qualquer peso maior em qualquer uma das pernas do banco pode desequilibrar a "felicidade".
O excesso de lazer pode resultar na perda do prazer e, em casos extremos, levar ao vício.
O de fé ao fanatismo religioso. No caso do trabalho, pode matar a família e uma extrema dedicação à família pode levar à perda do trabalho.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Rotina

Quando me atrevi a escrever sobre rotina, a opinar sobre o assunto, tentei ler sobre e, por incrível que pareça não encontrei, nas fontes pesquisadas, opiniões similares as minhas. Com certeza deve ter.
Tudo o que achei salientava as desvantagens da rotina.
Eu achava, quando criança, o ter que fazer hoje ou agora um ''espanto'' . `As segundas de manhã minha tia Estela, aposentada, que morava só, livre de tudo, "tinha" que botar a roupa na máquina para lavar de manhã. Minha mãe,"tinha " que ir "agora" à cidade comprar um par de meias que iria usar um dia.
Hoje, conheço uma jovem que ''pira'' se entrar de férias.
Há também o marido de uma amiga que, ao se aposentar de uma estatal, não concordou com o dia a dia da casa, resolveu se separar e nunca mais ver a família. Ele achava que fora enganado durante todo o tempo em que esteve fora trabalhando: "surtou"! O filho não estudava o suficiente, para ele, a empregada era fraca, para ele. A mulher que também trabalhava fora, não fazia o suficiente, para ele. Neste caso, este homem que largou tudo e saiu sem deixar paradeiro, que disse que fechava a vida em família como se fecha um livro, ficou doido ou apenas sofreu de "falta de rotina"?
A menina que não pode entrar de férias, pode também sofrer de "falta de rotina"?
Como diria Chico Buarque na música: "sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão, ou o homem tem mesmo que compartimentar para se situar no interminável contínuo que é o tempo ...
Na verdade, a linearidade do tempo deve te-lo mesmo confundido tanto que ele o dividiu em dias, meses, anos, horas, minutos, segundos, etc...
Até que ponto, então, a rotina, uma rotina saudável, não se torna um elemento necessário à vida?
Fazia parte da vida da tia Estela lavar roupa nas segundas de manhã, era a vida dela.
Quem sabe se para os tristes e deprimidos, a criação de uma rotina não pode em parte, nem que seja numa pequenina parte, solucionar seus problemas?
Lógico que há vários tipos de depressão : as endógenas - orgânicas- e as exôgenas- causadas por fatores externos como uma morte na família, a perda de um emprego... Qualquer uma das duas maltrata, faz sofrer e deve ser encaminhada a um profissional adequado no assunto.
Mas, de acordo com pesquisas executadas por mim, sofrem menos aqueles que "não podem deixar " de fazer alguma coisa.

PENSE NO ASSUNTO

terça-feira, 16 de março de 2010

Felicidade II

Hoje conto a estória de Celeste, uma amiga que criou seus filhos, na década de oitenta, priorizando a felicidade.
Tudo ia bem até o início de suas vidas profissionais.  Apesar do bom desempenho escolar, de estarem bem preparados para as carreiras escolhidas, não conseguiam lidar com as frustrações do dia a dia.
Em determinada ocasião um deles encarou a mãe de frente e acusou-a de ser a responsável por seu atual desajuste no trabalho.
Na sua opinião, deveria ter sofrido mais na infância.  Culpava-a por ter sido muito feliz o que o estava colocando em apuros.  Não conseguia se adaptar à rudeza do chefe e de todo o entorno.
Celeste ficou estarrecida... pensou até que talvez devesse ter, no passado, fabricado alguns problemas: mas isto, na verdade, era insano.
As queixas continuavam até que sentou o rapaz na sua frente e falou:
__Tem alguma coisa que nunca contei a você.  Uma verdade que talvez você não tenha percebido mas que vou expor agora.  A vida é sofrimento, cheia de dor e percalços.  Vá se acostumando pois, é daí para pior.
De repente uma nova visão do mundo!  Ele olhou-a assustado pois antes ela sempre havia tentado dar desculpas, explicar o comportamento de quem o incomodava, "tampar o sol com a peneira".
Celeste continuou, dizendo que o havia ensinado a ser feliz mas não a ser fraco. E, com certeza ter sido feliz tinha lhe dado agora a oportunidade de, como todo ser transbordante de coisas boas, ser forte.

Depois deste pequeno relato penso ser mesmo difícil lidar com a vida atual, com o ''dever'' de uma felicidade contínua no lazer e no trabalho.

Ventos, tufões, terremotos, sempre existirão e ,além dos quotidianos problemas de convivência, o homem atual não quer aceitar com naturalidade as metamorfoses da natureza.  Estas geram desastres, mudanças, mortes que vivenciamos com sofrimento, mas criam vida e renovam o caos.
Antigamente além da natureza ser incontrolável, não havia uma ciência desenvolvida que fosse capaz de ''prever'' desastres ecológicos como é ''possível'' hoje em dia.  Mas também não sofríamos por antecipação por coisas que muitas vezes nem vão acontecer.

Queria terminar citando Nietzsche:
__Por variados caminhos e de várias maneiras cheguei à minha verdade.
E sempre e somente a contragosto perguntei pelos ''caminhos'' - isto me repugnava!
Preferia interrogar e experimentar os próprios caminhos.
Experimentar e interrogar, consistiu nisso todo o meu caminhar.
"Este agora é o meu caminho, onde esta o vosso''? assim respondia eu aos que me perguntavam o "caminho".
Porque o ''caminho'' não existe.

Coloquei estas palavras de Nietzsche para nós mães que ficamos tão preocupadas com as escolhas dos "caminhos" que devemos seguir ao educar nossos filhos.  O "caminho'' escolhido por nós, com amor, não será, com certeza, o pior nem o melhor - mas será nossa escolha, o nosso ''caminho".

Higiene íntima feminina - 1

_ A mulher muitas vezes sente-se insegura quanto à possibilidade de apresentar odores desagradáveis e corrimentos genitais que podem ser percebidos no ambiente de estudo, trabalho e lazer, e até manchar sua roupa._

Dra Ziza:

Essa é uma realidade que a mulher tem que conviver e tentar se proteger.

Pode perder sangue, urina ou corrimento vaginal, independente de ter alguma doença, portanto necessita de orientação para a correta higiene genital feminina.

1- Os produtos de higiene que são utilizados normalmente são :

- os Sabões, com ph alcalino que pode levar a uma secura excessiva da pele ou irritação cutãnea.

Os Syndets - sabões dermatologicos, quase sempre líquidos, que têem ph neutro ou um pouco ácidos, com efeito detergente e fazem espuma.

Gel - 95% de água ou álcool, quase sem gorduras, são adstringentes, fazem espuma e dão frescor.

Águas de limpeza - removem outros produtos, contêm detergentes, umidificantes e amaciantes e têm água termal na sua base; usados em peles frágeis, reativas ou atópicas.

Lenços Umedecidos - ph 5 ou 6, uteis fora de casa, não deve ser abusivo, sempre suave no uso.

2- Higiene íntima Feminina:

Sabonete em Barra- pode trazer consequencias indesejáveis, ph alcalino ou 7, pode dar ressecamento e diminuição da acidez da pele da vulva , além de ser compartilhado com outras pessoas da casa aumentando risco de contaminação.

Sabonetes líquidos íntimos - são á base de acido lático, componente natural da pele, glicerina, sais de acidos graxos, que tiram sujeira da pele, além de manter o ph próximo do ideal , são específicos para uso da região externa do genital , e nunca interna.

Recomendações gerais:

- A higiene íntima da mulher deve ser feita com água corrente na temperatura ambiente, nos dias quentes 2 a 3 vezes ao dia , secando bem com toalha limpa e macia, e com sabonetes liquidos íntimos específicos para a região genital, por 2 a 3 minutos, bem diluidos em água, para evitar ressecamentos.A região da vulva, pubis e região anal devem ser higienizados em movimentos circulares evitando levar conteúdo das fezes para a vulva, e atingindo todas as dobras do local. Secar com cuidado com toalhas secas e limpas para não agredir a pele e mucosa dessa região.

Essa higiene não tem como finalidade esterilizar a pele, mas remover excesso de gorduras e resíduos locais. Secar é fundamental para não aumentar as bactérias, fungos e vírus.

Não se deve usar como rotina absorventes com plástico porque aumentam as secreções por serem não respiráveis, não abafar demais a região genital com jeans apertados e procurar ventilar essa região, dormindo o mais a vontade possível. Não fazer de rotina duchas vaginais , só com indicação médica, e lavar a área genital externa sempre com maior frequência, durante a menstruação, após relações sexuais e após exercícios físicos.

Após depilações com lâminas cortantes ou cêras quentes ou frias, existe maior probabilidade de irritações da pele, ressecamentos e foliculites, por isso fazer boa assepsia antes e depois, utilizando água boricada, camomila, e/ou água termal nas 24 horas seguintes.

Por fim, alergias locais e a determinados produtos, devem ser logo suspensos e notificados a sua ginecologista.

Um abraço

Dra Ziza

Namorado com Herpes simples

Pergunta cliente 1:
Namoro há um ano, e só agora percebi que meu namorado tem herpes simples 1.
Como saber se já peguei?
Tem algum exame de sangue que mostra se já peguei herpes simples 1 ?

Resposta Dra Ziza:
O diagnóstico geralmente é clínico, através dos sintomas, pois o laboratorial do Herpes é muito amplo.
Sim , através do exame de sangue posso pedir a Sorologia para Herpes simplex 1 -( VHS 1 ) IGG e IGM, identificando se é infecção recente ou antiga.
Assim posso ver se o IGG está reativo, quando já pegou o vírus há algum tempo e tem anticorpos crônicos como reação; e o IGM reativo, significa que está com a doença naquele momento, ou IGG não reativo, não está com o virus ativo naquele momento.
Se o IGG e IGM vierem não reativos significa que não pegou o virus do Herpes simplex 1.
pergunta 1 :

1)Namoro há um ano , e só agora percebi que meu namorado tem herpes simples 1.

Como saber se já peguei?

Tem algum exame que mostra se já peguei herpes simples ?

Dra Ziza: Fazendo um exame de sangue que dose a sorologia para herpes simplex 1,

os anticorpos IGG reativos vão demonstrar que pegou o vírus e existem anticorpos crônicos em resposta a eles,

e o IGM reativo, dizem que existem anticorpos de doença atual

segunda-feira, 15 de março de 2010

Felicidade

Desde o século passado, com o advento da psicanálise, o homem vem tentendo se aprimorar na arte de ter que ser feliz. Há, desde então, o "dever" de ser feliz. O sofrimento passou a ser considerado uma doença, e não mais a ser visto como natural do homem.
Nos primórdios da vida humana, antes dos gregos darem ao homem uma consciência ética e moral, este era mais instinto.  Tinha um lado humano menos elaborado, mais animalesco, tinha que lutar contra as forças externas da natureza para sobreviver.  Era a violência do homem contra a natureza e este canalizava nesta direção sua energia e seus sentimentos.  Seu sofrimento era brutalizado na vida diária visando um bem maior, o da sobrevivência. Tudo se resumia em matar ou morrer. Agora o drama é conviver pacificamente com sua humanidade, num todo maior onde tem que ter compaixão, delicadeza e ética respirando felicidade.
Foi uma mudança brutal. O instinto e a humanidade e com ela o sofrimento, continuam a direcionar a vida humana.
O homem humanizado sente-se responsável pelo seu sofrer. Assim, ele quer deter o mal e desenvolver o bem.
O "livre arbítrio" faz com que ele sinta que o sofrimento na Terra tenha sempre um cunho de escolha pessoal.

Restaurante Casa da Suiça

Fomos jantar no sábado na Casa da Suiça, tradicional restaurante de fondue e comidas austríacas.
Casa cheia, animada, seleção de vinhos excelente.  Comi um deliciooso Steak Tartare com batatas fritas.  Hmmmm!  Serviço impecável!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Osteria dell'Angolo - Rio de Janeiro

Um dos meus restaurantes favoritos é a Osteria dell'Angolo, em Ipanema.  Comida italiana deliciosa, otima seleção de vinhos e ambiente agradável. Já conheço até o cozinheiro, o Capeletti.  Recomendo para almoço de família  nos fins de semana, ou jantar romântico durante a semana.

terça-feira, 9 de março de 2010

Restaurante La Fiducia

Adorei ir ao restaurante La Fiducia (rua Duvivier, 21 , Copacabana).     Muito elegante, excelentes vinhos mas a comida não chegou a valer a pena.  Sugiro trocar os cozinheiros urgentemente!!!